quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

luz


Estou a percorrer um longo caminho, já passaram horas e ele não acaba, é tão escuro, não se ouvem passos, mal consigo ver o caminho.
À minha volta oiço o vento, e barulhos sinistros que atordoam a minha mente e fazem o meu coração bater muito depressa, o frio paralisa-me o corpo, mal consigo caminhar, sinto-me exausta, mal tenho forças para respirar.
Caminho com cuidado, tenho medo de tropeçar e me magoar, tenho medo que algo surja no meio de tanta escuridão, mas não vou desistir, não vou parar, vou continuar a andar com convicção, hei-de de chegar a algum lugar.
Continuo a caminhar, e lá ao fundo algo me chama a atenção, reparo que há uma luz tão brilhante, fico curiosa... Devo ver o que é? Sim, vou arriscar.
Respiro fundo e sinto o ar gelido a entrar-me nos pulmões, ganho coragem e força para arrastar com o meu corpo que mal se quer movimentar, sinto aquela luz cada vez mais próxima, mais brilhante.
Finalmente chego onde queria, mas não há vestigios de alguém, a luz é a luz mais linda e mais brilhante que algum dia vira na minha vida, e está a iluminar um poço,
é enorme, dentro dele tem uma agua com uma cor cristalina, devido a imensa luz que possui, dá para reparar que bem lá no fundo existem imensas moedas a brilhar, meto as mãos aos bolsos e encontro uma moeda, fecho os olhos com imensa força e penso em um desejo.
Não é um desejo qualquer, não peço nenhuma grandeza, mas para mim era tudo, e eu imagino-me como se ele se realiza-se, penso nele com uma imensa força e atiro a moeda, abro os olhos e uma lágrima escorre enquanto vejo a moeda a cair.
Sinto um arrepio na espinha, uns braços que reconheceria em qualquer lugar a envolverem-me a barriga e uns lábios tão suaves a tocarem o meu pescoço, volto a fechar os olhos com imensa força, e com imenso medo viro-me, para meu espanto estás lá tu.
Como sabias onde eu estava? Porque é que me estavas a agarrar de tal maneira protectora? Mas antes de eu ter tempo de te fazer qualquer pergunta que seja, tu beijas-me como se sentisses medo de me perder, e eu fico feliz, mas confusa.
Mal tento abrir a boca para te poder dizer algo tu abraças-me e dizes "Eu sabia que um dia irias aparecer aqui para pedir um desejo, e olha aqui estou eu, e agora chegou a altura de eu pedir o meu desejo..."
As minhas palavras congelaram, não as conseguir soltar, sentia um nó na garganta, e mais uma lágrima caiu, olhaste-me nos olhos e sorris-te.
"Fica comigo, é esse o meu maior desejo, não te quero perder, és o meu mundo, agora diz-me qual é o teu?" Disse-me ele, da sua maneira mais dócil.
Nesse momento fui invadida por uma alegria enorme, senti uma enorme força e ai as palavras derreteram-se e eu disse "O meu desejo és tu, e aqui estás, sem ti nada faz sentido, a vida não tem tanta cor, és a minha luz, o meu ar, és o melhor do meu mundo e não te vou perder nunca mais, prometo que nunca te vou deixar"
Olhei para os teus olhos, estavam tão vidrados, o teu sorriso demonstrava que estavas feliz, e só o simples facto de te ver assim, já me sentia completa, agora abraça-me e nunca mais me percas.

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